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Liszt Rangel
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A VERDADE DO SABER OU O SABER DA VERDADE?

  • Data 8 de outubro de 2020

Ainda não sei ao certo se escolhi bem o título desta crônica. Talvez o que desejo com isto nem eu saiba, então é melhor você parar de ler até porque meu saber está limitado ao que conheço, ao que atribuo como verdade. Todavia, há verdade sem saber e há saber sem verdade.

A grande covardia, e acredito que isto seja uma verdade, é a do Homem saber ficar sem a verdade. E pior, viver uma verdade sem saber se é verdade.

Mas isto pode ser ruim para mim, porém, para outrem, a verdade que ele conhece, bem como a que ignora, é o lugar onde reside o seu saber. E tem mais, sob outra perspectiva é preciso ter muita coragem para viver sem a verdade do saber. Fora dali, nada para ele é verdade, nada para ele é saber. E naquele local, ainda que sem saber a verdade, tal condição lhe satisfaz o saber.

Não faço jogo de palavras. O que tento dizer com imenso sacrifício, posto que me falta a verdade do saber e no meu saber da verdade há saberes e verdades que possuem significados para mim. Já para você este pode não ser o seu saber da verdade, tão pouco você pode se interessar em saber se neste saber há verdade. Mas, como posso saber a verdade se não sei a verdade do saber?

A verdade do saber, geralmente, encontra resistências no saber da verdade que se constrói e se procura manter com muito zelo. E quanto mais investimos esforços para nos mantermos no saber da verdade ainda que sem saber a Verdade, esta torna-se algo cada vez mais inalcançável, e ainda que soubéssemos a tal da Verdade, esta continuaria assim, distante, porque não é a verdade do saber  tão pouco o saber da verdade que nos aproximaria da Verdade, mas o quanto a desejamos em verdade. 

Então, você me perguntaria, é inútil saber a Verdade? E eu lhe questionaria ao mesmo tempo se você deseja conhecer a Verdade pelo saber da verdade, ou pela verdade do saber?

O que faria com a verdade do saber? Isto o tornaria, acaso, mais sábio? Ou arrogante, pretencioso, pronto para definir e enquadrar tudo e a todos em tal verdade? Por ventura, seria o detentor da verdade do saber ou seria mais um, controlando o saber da verdade? Se assim for, pode ocorrer de sua parte a aproximação com a não-verdade. 

Outro ponto em questão. Até quando a verdade do saber encontraria afinidade no saber da verdade. O saber da verdade é o lugar do prazer, mas a verdade do saber é onde não há lugar, onde não existe definição, onde de repente tudo pode virar dúvida, incerteza e ocorrer o contato direto com a descoberta da ignorância da Verdade e com a não-verdade. E isto nem sempre é prazeroso, há pessoas, por sinal, que enlouquecem porque a verdade do saber não está onde se deseja ficar, tão pouco está onde achávamos por certo encontrar, no nosso lugar de costume.

E o prazer agora seria deslocado para se estar em busca de, e só, sem garantias de que se sentiria prazer, muito menos de que o encontraria! E quem quer viver assim? Todos desejam não sofrer e serem felizes. E cada um, segundo sua concepção, é claro.

Impulsionar a busca pela verdade do saber é difícil, e pode tornar-se impossível quando o saber da verdade se basta. Se basta, entretanto, não preenche, posto que este lugar é o da falta, consequentemente, é impreenchível.

Tamanho movimento gera cada vez mais uma contra-resposta, sem se dar conta que o saber da verdade não reflete a verdade do saber. Este, por sua vez, demonstra o quanto não sabemos viver sem o saber da verdade, ainda que acreditemos dominar a verdade do saber. Daí advir as fantasias, as explicações pseudosábias, os defensores e lidadores da palavra fácil que se utilizam do saber da verdade para arrastar multidões e terminam por convencê-las de que não há uma verdade do saber, ou algo mais perverso, que só eles possuem a verdade do saber, quando de fato detém temporariamente o saber da verdade.

Depois, surgem os profundos processos doloros de frustração, de descrença, mesmo que oriundos do prazer de acreditarem-se conhecedores da verdade do saber, enquanto de fato gozam no saber da verdade. E realmente, apenas, conhecem o saber da verdade. Neste grupo estão chefes de Estado, ditadores, líderes religiosos, e outros formadores de opinião.

A verdade do saber que procuro pode não te interessar e até ofender o teu saber da verdade. Já o teu saber da verdade, por ser um lugar comum também para mim, não afeta em nada.
Todo aquele que procura a verdade do saber geralmente não é acolhido, e nem visto com bons olhos, justamente, por almejar mais do que o saber da verdade. O primeiro deseja mais, mesmo sabendo que a Verdade que busca é incompleta, jamais encontrada, e ao achar que a conquistou, ainda assim, terá apenas a verdade do saber.

Sim, incompleta, é isso mesmo que você está lendo, pois se um dia adquiríssemos a completa verdade do saber poderíamos correr o risco extremo de nos sentirmos donos da Verdade. E não há aqueles que apenas possuem o saber da verdade e já mostram-se separatistas? O saber da verdade que carregam marginaliza, humilha e agride, menosprezando os que não compartilham de seus saberes. A religião não é um bom exemplo de saber da verdade que não deseja contato com a verdade do saber? 

E a própria Verdade nos diz de forma surpreendente que no saber da verdade, muitas vezes não há Verdade, mas pode haver não-verdades. Ao mesmo tempo, na Verdade também há verdades não ditas. Como afirma Khalil Gibran “A verdade de outra pessoa não está naquilo que ela te revela, mas naquilo que ela não pode revelar-te. Portanto, se quiseres compreendê-la, não escute o que ela diz, mas antes o que ela não diz.”
Isto facilmente se explica. Se já nos achamos sabedores da verdade, imagine como não nos portaríamos detentores da verdade do saber. Nossa falta de humildade é tamanha que até inventamos respostas quando não sabemos a verdade do saber e fingimos possuir o saber da verdade. 

E além desses, ainda há os que elegem o lugar que mais lhes agradam no saber da verdade. E mais, querem nos fazer crer que trata-se da verdade do saber. 
Mas esperem, esperem aí um momento. Queremos saber a verdade do saber mesmo? Ou como é mais cômodo permanecer no saber da verdade porque nele há gozo? E qual parte da verdade do saber nos interessaria? Aquela que se adeque ao nosso saber?

Ainda que estejamos lendo, vendo, ouvindo, sendo informados a todos os momentos acerca da verdade do saber que cerca os dias nebulosos da Nação e das escolhas subjetivas do Homem, há de se perguntar, desejamos o saber da verdade de quem? Daquele que acredita possuir a verdade do saber, mas nega a todo instante saber a Verdade?  

E de nossa parte, não seria muitas vezes um alívio certo prazer aliado às tensões de ser chamado à verdade do saber, optarmos apenas pelo saber da verdade? Quem sabe o fato de não ter acesso à verdade do saber, e apenas ficarmos com o saber da verdade, já que este nos limita a responsabilidade ao que sabemos, seja mais agradável.

O que estamos fazendo com este suposto poder de saber da verdade? 

Não sei, mas acho que no nosso saber da verdade tem mesmo é o medo da verdade do saber e assim nega-se saber.

Mas, na verdade, todos sabemos… Todos gozamos… Todos ganhamos…

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