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Liszt Rangel
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E a gente continua sem se conhecer…

  • Data 8 de outubro de 2020

Entre dois ou três, entre várias pessoas ou toques no teclado e assim… Mantemos o olho na tela, a imaginação dispara associada às carências de falar, de ser visto e de ver.

A relação inaugurada pelos meios de comunicação com a internet possibilitou a mobilidade de vários setores da sociedade. Todos ganharam, quer no âmbito cultural, econômico, educacional, político, jurídico, e isto é inquestionável! Bem como facilitou o contato entre indivíduos de diferentes localidades desta aldeia global. Porém não os aproximou ao ponto de fazer com que se conheçam. A velocidade com que se operam as conexões vai longe daquela que poderia trazer além de informação, valores e educação pautados em princípios éticos e morais. O virtual ao lado do mundo das celebridades fascina, inebria os sentidos e muitas vezes paralisa o discernimento e nem se sabe mais a diferença entre realidade e fantasia, entre verdade e ficção, fato ou manipulação.

A ideologia que apaga o umbigo de uma modelo nua, na capa de uma revista, não é diferente da que se realiza nas páginas de ilustres anônimos que postam o que não são, falam o que não viveram, retratam uma vida inexistente para se sentirem um tanto importantes e gritarem por meio do “publicar”: “Eu estou aqui!”.

Outros, verdadeiros voyeurs da informática, se deliciam com os exibicionistas e assim mantêm uma estreita relação de afinidades, o que tem prazer em olhar compartilha da erotização com aquele que se realiza em ser visto. Entre os participantes deste jogo não se encontram apenas os adultos, mas as maiores vítimas: as crianças e os jovens.

Quer pela inexperiência e alienação, quer pela identificação através de grupos que trabalham a aceitação, ou ainda pela busca simplesmente de alguém que os escute e os veja, muitos passam a vida isolados de tudo e de todos, transformando a tela do computador em TV, e ali narram desde vivências simplórias do dia a dia até problemas pessoais mais graves que envolvem relacionamento entre os próprios familiares.

Ao mesmo tempo, são observados atentamente por pedófilos, assaltantes e sequestradores e tornam-se alvos fáceis nas mãos daqueles que lhes venderam a falsa ideia de que algo em suas vidas é importante e deve ser compartilhado. E assim, além de frágeis e vulneráveis, têm a existência destruída por traumas inesquecíveis.

A problematização se amplia atingindo, portanto, sociólogos, psicólogos, psiquiatras, pedagogos, professores, educadores, pais, vale salientar – quando estes são presentes – e até ambientalistas que vêm na internet obstáculos ao processo de conscientização pela facilidade ao acesso a uma infinita variedade de jogos em rede, utilizados no quarto de casa, nas Lan Houses e nos antigos fliperamas, hoje conhecidos como Game Station, presentes em grandes centros de compras, como os shoppings.

Se já não há mais segurança para brincar nas ruas e as praças estão abandonadas, também não existem mais espaços urbanos para que a infância se desenvolva na própria residência, em seu quintal, na casa da árvore, até porque esta também foi destruída para dar espaço aos arranha-céus com seus playgrounds de plástico e suas piscinas minúsculas construídas mais para criação de carpas do que para o lazer das crianças. E assim, espera-se com imensa expectativa, anunciadora de frustração, que essa geração Y ou Z venha se responsabilizar pela mudança do planeta? Mas não é a Terra quem tem que mudar… ela apenas gira… quem a habita é o problema: o Homem!

Como administrar um país ou a própria casa se nem cuidar de animais de estimação ou de plantas da varanda elas sabem? A tecnologia as mutilou ao ponto que não sabem abrir um enlatado, e como fazem parte do “agora” um Nissin Miojo é o máximo que conseguem na cozinha. Imagine se preocuparem com o futuro do Ecossistema se o que mais as preocupa é pagar com cartão de crédito, o mais rápido possível, o novo game que acaba de chegar ao mercado. Desconhecem as necessidades dos que compartilham a casa quiçá conhecerão as próprias? Ainda que sim, contanto que sejam as egóicas, estas ainda vale a pena conhecer até que não lhes atenda mais. Sabe por quê? Porque tudo tem ficado obsoleto… E o que é velho é esquecido e ultrapassado. Todavia, o material considerado obsoleto chegou apenas ao mercado há três meses? E como já pode estar nessa condição? Então, logo surge a resposta no Samsung Galaxy S6 Edge Plus com o slogan que diz: “O Novo Começa Agora!”.

Ou seja, o que você tem até hoje não é novo, moderno, mas velho, inútil, obsoleto!

Enquanto adultos, as relações são sabotadas no caminho, pois já que tudo é descartável compromisso para quê? Surge agora outro problema social, mas antes de natureza pessoal: o dos relacionamentos. Voltam as máscaras e as justificativas dissimuladas do ego para manter-se em guarda perante o desvelar-se, descobrir-se e consequentemente mostrar-se ao outro. Relações são duradouras, relacionamentos têm prazo de validade e estão à disposição para as necessidades. O outro não é o objetivo para compartilhar felicidade, mas de uso individualista para serem acalentados os estados narcisistas da personalidade.

E agora, volta-se o olhar mais uma vez para o que se mantém conectado: as relações nas redes sociais. Conectados sim, mas ligados não, posto que não há vínculos! Apenas uma pessoa possui mais de 4 mil amigos no Facebook, porém conta na vida real com dois. Um no trabalho e o outro da faculdade, e quando tem. Até porque, no apartamento em que mora, ela não sabe nem o nome do vizinho.

E a gente continua sem se conhecer… Seja nas relações inter ou intra somos estranhos, forasteiros sem rumo, partindo de “não se sabe onde…” a “caminho de lugar nenhum”! A transição não é do planeta, mas da essência esquecida do Homem. A mesma lógica poderia ser aplicada à internet, à Política, à Economia, à Cultura como na música e nas artes? Ainda estaria dentro da mesma análise a questão subjetiva da felicidade e da paz ou do que tem ou não valor?

O passo que se dá em conhecer o outro, não começa nele, muito menos em sua posição. Não está na estrada que se toma, mas naquele que se dispõe a caminhar em direção a si mesmo. A viagem pode até ser boa, mas de nada adianta a paisagem para os que dormem na trajetória. E a melhor paisagem pode estar na realidade íntima do Ser, a depender de suas escolhas.

Eis o caminho: buscar-se na identidade perdida e resgatar a humanidade esquecida neste processo de tornar-se pessoa. A autoaceitação é consequência do autoconhecimento, o que promove a autoatualização, e esta não está associada às redes sociais, haja vista que há muitos conectados, porém desligados de si… Há outros tantos navegando, mas à deriva de seus ideais superiores… E ainda há os que se integraram, mas que se dissociaram, fragmentados como pixels.

As telas é que são feitas de pixels, e estes são pontos que se unem para oferecer uma imagem que na verdade só está ali pela união destes, mesmo que ainda vista, apreciada, visualmente prazerosa… de fato na separação ou na baixa qualidade dos pixels, logo percebe-se a verdade!

O Homem da Pós-Modernidade é feito de pixels, sua composição tornou-se de plasma, porém não a da vida. Separados desses pontos efêmeros do cotidiano que ele elegeu como prazer, já se encontra dissociado de sua imagem criada.

Não seriam, também, da mesma natureza as suas relações fragmentadas? Quando tocadas, não se pode segurá-las, são insustentáveis, até mesmo as que propõem oferecer prazer. E quando simplesmente aproximadas de um olhar mais atento, desejadas por mais tempo, logo ficam difusas, deformam, pois são frágeis, posto que ilusórias…

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