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Liszt Rangel
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EU VOU CHAMAR O SÍNDICO!

  • Data 8 de outubro de 2020

Jorge Ben Jor em sua swingueira sacudiu o povão em todo o país com a música “W/Brasil (Chama o síndico)”. O cantor já era conhecido por misturar vários ritmos musicais típicos de um Brasil que tem vários brasis. E na referida música Jorge fala de um síndico.

O primeiro síndico que esse país teve, sem sombra de dúvidas, foi Dom João VI, ou como deveríamos chamá-lo, João Maria José Francisco Xavier de Paula Luís Antônio Domingos Rafael de Bragança. A chegada da família real portuguesa não foi muito gloriosa nem tampouco ansiosamente aguardada, até porque todos vieram, covardemente, fugindo na calada da noite, mas é claro sem deixar de levar o que pudessem.

O filho de Dona Maria, conhecida mundialmente como “a Louca”, e sua esposa esquizotímica, Carlota Joaquina, que por diversas vezes tentou traí-lo para beneficiar a coroa espanhola, não aparece como gestor deste quintal europeu. Os gestores foram na época das capitanias. Dom João foi o nosso primeiro síndico, neste grande condomínio, chamado Brasil, uma verdadeira bagunça organizada, ao invés de ser uma Bragança Real. A presença desta “nau dos loucos”, relembrando Foucault na sua História da Loucura, deixou suas marcas, afinal de contas, geralmente, as grandes feridas deixam marcas.

A sua chegada, é óbvio, foi esperada apenas pelos bajuladores. E uma das decisões de síndico que ele tomou, já que viera com uma grande comitiva, foi instaurar o “Programa Minha Casa, Minha Vida”, copiado depois por “um certo alguém”. O jornalista Laurentino Gomes relembra a atitude insana de Dom João ao mandar fixar, nas portas das residências dos cariocas, a marca “P. R.”( Príncipe Regente) ou como entenderam: “Ponha-se na rua!”.

Da amizade entre Dom Pedro II e o famoso médico francês Jean-Martin Charcot nasceu o primeiro hospital psiquiátrico do Brasil. Só podia… Posteriormente chamado Pedro II. Mesmo com embasamento das práticas psiquiátricas francesas, aqui não houve nenhum Philippe Pinel para libertar os loucos. Aliás, a nossa angústia por liberdade é antiga, outro Filipe, o Camarão, que nos diga.

Curioso, queremos liberdade, mas estamos cada vez mais presos em condomínios e angustiados, mesmo tendo acesso a quase tudo que essa aldeia global, esse “Big Brother” de forma programada, um grande jogo de cartas marcadas, nos possibilita.

Entretanto, o que se destaca entre a Modernidade do século XIX e a Pós-Modernidade do XXI é a continuidade da falta de um lugar seguro. Mas quem disse que não temos esse lugar? E os condomínios fechados? A vida emoldurada, o sonho realizado à semelhança daquelas casinhas de maquete ou do Playmobil. Ali, está tudo bem definido. A ordem existe mesmo que não se precise fixar no quadro de avisos e todos a conhecem. Mas isso não implica dizer que a cumpram. Sabe por quê? Porque adoramos infringir as leis, já que estas são simbólicas. Não há mais a autoridade do pai, e não se sabe nem quem é o pai muitas vezes.

Não há nesse aspecto nada de diferente. A continuidade do mal estar social, refletindo sofrimentos e sintomas, queixa presente na obra de Sigmund Freud e, atualmente, nos tratados sociológicos de Bauman, espelha bem essa triste realidade, que deixa de ser triste e fica alegre quando loucos se vestem de normais e os ditos “normais” atuam em diferentes papeis insanos nas festividades de Momo que duram o ano inteiro no país do carnaval.

São religiosos que sofrem da ideia obsessiva de serem políticos e políticos que juram que são Santos. Tão Santos quanto àqueles que eram ocos e contrabandeavam o nosso ouro para a Inglaterra. Em troca, os ingleses nos mandavam agasalhos de frio feitos de peles de animal, patins para brincar no gelo, como se aqui tivesse neve… E outras tantas inutilidades que até hoje essa moda vigora, basta dar uma olhada no que os brasileiros andam comprando.

Onde isso tudo vai parar? Não vai parar, já está solidificado. Chegou! A doença se instalou, os sintomas são muitos e as origens são diversas e inidentificáveis, porque são muitos os desejos, por isso são muitas as demandas, e estão em proporção às dores infinitas, porém a busca ainda assim não cessa. Mas busca-se o quê? O modelo que possa permanecer afastando-se cada vez mais do destino de ser o próprio destino, ou seja, de seguir em frente em companhia de si como Pessoa.

Mas isto envolve riscos, então, é preferível criar uma compulsão à repetição porque já se conhece o gozo, pois este já é antigo tanto quanto a angústia que gera os sintomas.

Estamos apegados ao sólido, porém com vivências líquidas. Como bem sugere, então, o psicanalista Christian Dunker, só chamando um síndico. Mas, para deixar este condomínio funcionando como todos gostam, as regras não podem vir de uma autoridade, até porque esta já não mais existe. Fazem o que querem, metem a mão onde não devem, tiram da Educação a História Antiga e é considerado inútil falar de nossa afrodescendência para as atuais gerações nas escolas.

E alguém, segundo Jorge Ben Jor, ainda grita: “tira essa escada daí, essa escada é pra ficar de fora!”. Tirar a escada, justamente, para os que ficam em cima não desçam e os que estão abaixo não inventem de subir, como bem lembra Dunker. Ninguém melhor para manter a organização desta família Real Bragança do que Tim Maia. O homem do vozeirão que implora “motivos para ir embora”. O Tim que nunca se enquadrou nem no comparecimento dos shows, mas que foi enquadrado várias vezes por uso de entorpecentes. E ainda tem outro Tim que diz não ter fronteiras, mas que não deixa sequer uma ligação ser concluída, e assim, ao contrário do que promete na propaganda, termina por criar barreiras. E não é que os condomínios têm barreiras, muros, fronteiras? E é por isso que a escada tem que ficar de fora.

E no fim, a gente ainda tem que pagar pelas bolsas Prada, Louis Vuitton, Arezzo, Chanel, Dolce Gabbana e as bolsas família. É…tem que tirar a escada mesmo para que não haja troca de lugares… por que é assim que “nói sofre, mai nói goza”?

E por falar nisso, que tal uma terapia?

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