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SEIO BOM, SEIO MAU… QUEM QUER SER?

  • Data 8 de outubro de 2020

Esse texto se destina a quem “tem peito” e os efeitos colaterais dele são fortes! As imagens em forma de palavras podem causar dor a quem não gosta de pensar e pode, em alguns processos, despertar ódio libertador em todo aquele que se identificar com ele. As interações emocionais com outros assuntos e pessoas podem ocorrer com certo clareamento das ideias após uma rápida vertigem, e há registros de pessoas que voltaram a enxergar assim que fizeram o uso racional deste conteúdo.

Em caso de persistirem os sintomas da incompreensão, sugiro ler mais de uma vez por dia até o texto ser internalizado! Recomendo manter este texto ao alcance de adolescentes, jovens e daqueles que se recusam a “adultecer”, mas, se ainda assim houver resistência, procure imediatamente um psicólogo! Para você, claro, antes mesmo de indicar para outra pessoa.

Sabe aquelas fases obscuras pelas quais todo ser humano passou, passa, ou, inevitavelmente, passará? Imagine essa fase quando chega, justamente, por você ter vivido a maior parte do tempo de sua existência tendo seus caprichos, vontades e desejos atendidos por um “seio bom”.

Klein (1984) fará perfeita analogia entre a fase infantil do bebê que ainda mama e experimenta uma plena felicidade por ter sua fome saciada ao ponto de dormir com o seio na boca. E não é que ainda tem muito adulto com o “peito” na boca, apenas sugando do outro?
Para quem se acostumou a ter tudo o que sempre quis, e até o que nem precisava ter, largar um “seio bom” não é nada fácil. Agora, enquanto se encontra privado de um “seio bom” e saboreia um “seio mau”, vale a pena aproveitar até mesmo a raiva que você está sentindo por causa dos inúmeros “não” que anda ouvindo, para provar que já é “grandinho” e que sabe correr atrás do seu leitinho morno. “Nessas circunstâncias, uma emoção humana como a raiva pode agir como uma força para provocar uma ação urgente. Ela cria um tipo de energia que permite a um indivíduo agir com rapidez e decisão. Pode ser um poderoso fator de motivação” (LAMA, p.281, 2000).

Afinal de contas, chega de bancar o Peter Pan na Terra do Nunca, (nunca arranja emprego, nunca estuda, nunca lava nem as próprias cuecas ou calcinhas, nunca tira a toalha molhada de cima da cama, nunca se permite amar, nem perdoar), e acaba por achar que a vida é uma eterna aventura, acompanhada dos garotos perdidos que, por sinal, adoram estar perdidos! Tão pouco lhe cabe mais o papel da louca da Alice que sempre surta quando a vida lhe exige uma decisão e ela entra num buraco em que ora ela é grande, ora ela é pequena, conversa com um coelho que sofre de ansiedade, e ainda atravessa um espelho, sempre reencontrando um gato invisível “gatuno” e uma lagarta viciada em droga; sem esquecer-se do chapeleiro maluco, único personagem da história que tem algum juízo (RANGEL, 2017). E para você que deixou de ser o “seio bom”, aguente firme! Agora sim você descobrirá se era amada por ser uma pessoa ou uma “mamadeira gigante”. E mais, será que não chegou a hora de ser seu próprio “seio bom”, tratando-se com respeito e generosidade? Até porque quem amamenta demais pode terminar sofrendo de displasia e de problemas de coluna por carregar tanta gente nos braços, além de ser alvo de muita inveja. Pode ocorrer que aquele que suga o poder do “seio bom” acabe por tentar destruir quem até mesmo o alimenta, invejando o poder deste. (KLEIN, 1984).

Neste tipo de relação em que predomina apenas o “seio bom”, surgem sentimentos ambivalentes como inveja e gratidão, liberdade e dependência, culpa e perdão, medo e sacrifício, rejeição e busca de aceitação, solidão e submissão, enfim, um emaranhado de complexos e traumas. Tudo isso é você quem motiva ao estabelecer esta relação e termina por projetar o alívio de sua própria angústia no outro que pode ser um familiar ou até mesmo alguém estranho que vai se beneficiar de sua “caridade”. Desta forma, é você quem elege alguém para aliviar sua eterna angústia de amamentar, ou seja, de se sentir procurado(a), consequentemente, importante por ser necessitado(a).

Todos nós passamos por lugares de “seio bom” quando fazemos o que os outros querem. Mas, se você é um “seio bom” mesmo e não necessita de ninguém para lhe validar como tal, experimente ser o “seio mau” e depois me diga se todos a quem você amamentou continuam, ao menos, a lhe respeitar.

Vai ter coragem de tirar o “seio” da boca de alguém? E aí?

BIBLIOGRAFIA:

LAMA, D. A arte da felicidade. Sao Paulo: Martins Fontes, 2000.

KLEIN, M. Inveja e gratidão. Rio de Janeiro: Imago Editira, 1984.

RANGEL, L. Pode entrar, a vida é sua! São Paulo: Fontenelle Publicações, 2017.

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