VOCÊ PODE SER MELHOR DO QUE ISSO!
Visitando o Inconsciente
Sigmund Freud estabeleceu ao estudar a psique que ela se encontra dividida em três instâncias: Isso, Supereu e Eu, ou relativamente Id, Superego e Ego.
Em sua análise feita em Cinco Ensaios Sobre a Psicanálise, Freud conseguiu nos explicar que duas dessas instâncias são atuantes em nossa vida, porém de forma inconsciente.
O Isso, ou Id, seria a maior parte de nossa personalidade e que nós mesmos a ignoramos, mas isso não implica dizer que represente nada. Pelo contrário, somos aquilo ou Isso que escolhemos, inconscientemente, ser. Sendo assim, ignoramos a nós mesmos.
Nossas sombras, afetos, bem como nossas pulsões de morte e de vida, constituem um mundo dentro de nós, mas sem a nossa percepção e compreensão.
O conteúdo de energia presente no Isso fará de tudo para ser liberado, a fim de que a mente possa sentir alívio de tantos recalcamentos aos quais o Homem desde que nasce é submetido, quer pela família, quer pela religião, quer pela cultura e pela sociedade.
Desta forma, nossos recalques terminam por deliberar escolhas feitas em sua maioria de forma inconsciente. É assim, por exemplo, que muitas vezes somos dominados por impulsividade em atos e palavras e depois nos arrependemos, quando nos arrependemos!
Em outras vezes, fazemos escolhas que podem nos marcar pelo resto da existência e, como não nos perdoamos, procuramos repetir tais escolhas de forma fantasiosa a fim de mais uma vez nos colocarmos em dores. Isto se chama tendência compulsiva à autossabotagem.
No tocante ao estado de arrependimento, este pode se desdobrar em sentimento de culpa, aprisionando o indivíduo ao passado, onde por mais que ele busque o perdão do outro não haverá bem estar, enquanto, primeiro, ele não se perdoar.
Por isso que, muitas vezes, usamos nossos mecanismos de defesa e transferimos nossas responsabilidades para o outro! Ou seja, o outro é sempre o Inferno, como lembra muito bem Nietzche! O interessante é que esse material recalcado, ou seja, os recalques que todos temos, não visam ser liberados com fins de promover uma consciência do Ser.
Não, não! A liberação deste conteúdo visa, simplesmente, atingir o alívio das tensões psíquicas e como liberar o Isso propicia prazer, a tendência é que estas escolhas se repitam surgindo, assim, sintomas psicopatológicos que encerram toda uma conduta padronizada.
Neste sentido, enquanto a Pessoa acha que está escrevendo uma nova história, de fato, encontra-se apenas repetindo escolhas que a levarão a um ciclo compulsivo entre sentir prazer, mesmo que depois experimente desilusão, dor e sofrimento.
Quebrar esse padrão não é fácil porque o indivíduo já se condicionou a esta atitude mental. Além do mais, ele se acostumou a ter prazer desta ou daquela forma, ainda que seja por meio dos sofrimentos psíquicos e chegando até às manifestações das doenças psicossomáticas. O que se percebe na escolha da vivência do Isso, é que o psiquismo irá procurar de forma velada extravasar suas tensões internas.
Estas representam de forma fantasística os traumas, complexos, recalques, as angústias e toda uma gama de sentimentos e emoções estruturados em desestruturas e que ocasionam escolhas autopunitivas.
Portanto, se conhecer para conhecer é tarefa urgente para aquele que deseja agir, sentir e até compreender as origens dos próprios hábitos, sentimentos e pensamentos, tornando-se mais autor consciente da própria história.
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